AGENTES MODELADORES DO RELEVO: Os agentes da
geodinâmica interna (endógenos) e externa (exógenos)
1. Agentes da geodinâmica interna ou endógenos
Os agentes internos podem actuar muito
lentamente (movimentos tectónicos) ou bruscamente (sismos e vulcões). No entanto
os factores internos ou endógenos são aqueles que resultam de forças do
interior da terra.
Movimentos tectónicos – são movimentos muito lentos e prolongados que produzem deformações
estruturais na crusta terrestre.
Os movimentos tectónicos classificam-se em movimentos epirogénicos ou verticais e
orogénicos ou horizontais.
Movimentos epirogenéticos (do grego épeiron, continente) são movimentos diastróficos verticais com longa duração geológica que afecta a maior parte da porção continental do planeta. Gera o rebaixamento ou levantamento dos litorais e consequente transgressão deste (i.e. o Mar do Norte) ou regressão (i.e. a Península Escandinava).
A formação de um graben resulta do afundamento
relativo de um bloco, formando uma estrutura que se distingue dos vales de
origem erosiva pela presença de escarpas de falha em ambos os lados da zona
deprimida. Dada a sua origem tectónica, os graben estão frequentemente
associados a estruturas complexas onde se alternam as zonas deprimidas (os
graben) e as zonas levantadas (os Horst), em
faixas com relativo paralelismo. Os grabens são estruturas que compõem grande
parte das bacias sedimentares do mundo.
A palavra "graben" é de origem alemã,
língua em que significa escavação ou vala.
Em contextos geotectónicos alargados (isto é em
estruturas com centenas ou milhares de quilómetros de extensão) os graben são
por vezes designados por vales de rift.
Movimentos orogenéticos são horizontais com
curta duração geológica mas com grande intensidade, gerando dobramentos (quando
exercidos sobre terrenos incompetentes ou plásticos), fracturas e falhas
(quando sobre camadas de rochas rígidas que oferecem resistência às pressões
tectónicas). A orogênese ocorreu em apenas quatro períodos na Terra. O
Huroniano, no final do Pré-Cambriano, o Caledoniano, no início do Paleozóico, o
Herciniano, no fim do Paleozóico e o Alpino que ocorreu do fim do Mesozóico ao
começo do Cenozóico, originando os dobramentos modernos.
DOBRAS E FALHAS
Quando se ultrapassa o limite de elasticidade
das rochas estas deformam-se permanentemente e em resposta a forças
compressivas formam-se dobras.
Dobra - é uma deformação em que
se verifica o encurvamento de superfícies originalmente planas. Resultam de
rochas com comportamento dúctil.
Podem ser caracterizadas pelos seguintes elementos:
Em relação à idade, a dobra pode ser anticlinal
se apresentar no seu núcleo as rochas mais antigas, e sinclinal se
tiver no seu núcleo as rochas mais recentes.
A orientação das dobras é feita através do levantamento de dois parâmetros:
- Direcção da dobra: ângulo
entre a linha N-S e a linha de intersecção do plano dado com o plano
horizontal (linha horizontal do plano ou directriz).
- Inclinação da dobra:
ângulo definido entre a linha de maior declive (pendente) da superfície
planar considerada com um plano horizontal, este ângulo varia entre 0º e
90º.
Falhas
As falhas são deformações associadas a comportamentos frágeis do material geológico. Correspondem a superfícies de fractura, ao longo das quais ocorreram movimentos relativos entre os dois blocos que separam. Surgem quando o limite de plasticidade das rochas é ultrapassado e estão, muitas vezes, associadas a sismos.
As falhas são deformações associadas a comportamentos frágeis do material geológico. Correspondem a superfícies de fractura, ao longo das quais ocorreram movimentos relativos entre os dois blocos que separam. Surgem quando o limite de plasticidade das rochas é ultrapassado e estão, muitas vezes, associadas a sismos.
Plano de falha –
superfície de fractura ao longo da qual ocorreu o movimento dos blocos ;
Tecto (bloco superior) – bloco
que se encontra acima do plano de falha;
Muro (bloco inferior) – bloco que está situado abaixo do plano de falha;
Rejecto – distância do deslocamento relativo entre os dois blocos da falha;
Inclinação da falha – ângulo definido entre o plano da falha e um plano horizontal;
Direcção da falha – alinhamento horizontal do plano de falha.
Muro (bloco inferior) – bloco que está situado abaixo do plano de falha;
Rejecto – distância do deslocamento relativo entre os dois blocos da falha;
Inclinação da falha – ângulo definido entre o plano da falha e um plano horizontal;
Direcção da falha – alinhamento horizontal do plano de falha.
Tipos de
falhas
De acordo
com o movimento relativo entre os dois blocos da falha (tecto e muro), as
falhas podem ser classificadas como normais, inversas e de desligamento.
Falha inversa – Tecto desloca-se para cima relativamente ao muro (ângulo agudo entre o plano de falha e o plano horizontal;
Falha de desligamento – O
movimento pode ser lateral direito ou lateral esquerdo, se o bloco no lugar
oposto da falha, relativamente ao observador, se desloca para a direita ou para
a esquerda.
Em suma: As dobras são curvaturas causadas por esforços de natureza
tectónicas, por intrusões magnéticas ou por efeitos tectónicos. Enquanto isso
as falhas são fracturas mediante as quais as rochas se deslocam, de forma a
perder a sua continuidade original.